I turn my camera off

Todo mundo é feliz em fotografias.
Para a câmera sempre um sorriso, meu bem.
Porque o quê realmente fica para à nossa posteridade pessoal é isso mesmo: as coisas boas, os brindes, sorrisos e dias bonitos.
E são logo elas que buscamos quando a saudade bate ou alguém cruelmente reaparece para bagunçar tudo novamente.

Quer saber?
Da próxima vez vou guardar um exame de corpo de delito.

Acordar viver

Como acordar sem sofrimento?
Acordar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembre a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?

Ninguém responde, a vida é pétrea.


É Drummond, ninguém responde mesmo.

Start new when your heart is an empty room

O meu quarto está uma zona.
Muitos meses depois do meu irmão ter ido para à terra do Mickey, eu e meus pais decidimos readaptá-lo para uma pessoa apenas. Acaso? Não imagino isso sendo feito em uma época diferente. Momento de reconstruções.
Tudo fica uma bagunça no início. É chato, cansativo, algumas lágrimas descem com cada pequena coisa que eu jogo no lixo ou guardo em cima do armário e na memória.

Mas o resultado final é sempre recompensador.
Ver como um entulhado de coisas ruins e bagunçadas se tranformam em páginas brancas, paredes lisas e um coração regenerado.

But just in case: sua cama ainda está aqui.

A simple kind of love

Meu pedido na virada de todo ano é praticamente o mesmo: simplicidade.
Acho que isso é influenciado diretamente pela situação que me encontro ao final de cada ano - parece que conforme os meses são arrancados do calendário, as dificuldades vão sendo pregadas na minha vida.

Em um evento recente, alguns amigos riam de outro que namora uma menina mais nova. Sacaneavam os programas que faziam, as conversas que tinham e os horários limitados por conta da faixa etária. Na hora, no auge do meu cinismo, senti pena da ingenuidade e de uma suposta fragilidade emocional do casal.
Cinismo esse que se transformou em lágrimas assim que cheguei em casa ao ler um testimonial que ela havia deixado para ele. Em cada linha, li e senti, um amor puro e doce. Uma pureza que já me foi roubada há tempos e nunca a recuperarei.

Sexta-feira alguém falou que eu tenho cheiro de maçã verde.
E isso fez a minha noite.

Smells like thirtysomething spirit

Não vou nem tentar explicar o porquê do meu ódio por livros de auto-ajuda.
Sou fiel partidária da teoria de que cada um fabrica a sua própria doença, e logo, o seu antídoto.

Hoje, a caminho da faculdade, li em um daqueles busdoor (é isso? ai, minhas aulas de publicidade!) anunciando o seguinte exemplar da espécie: Lindas e Felizes aos Trinta. TRINTA!
Peralá minha gente, é esperado que depois dos vinteenoveanos a pessoa - principalmente do sexo feminino, que parece ser o maior alvo e consumidor desse lixo, esteja quase dobrando o cabo da Boa Esperança e embarangando/se desesperando a cada ano que passa?

Ou a sociedade está louca ou daqui a pouco eu devo começar a me desesperar porque tenho 21 e não me formei, não trabalho, não tenho um namorado e um filho não figura em meus planos futuros.

No news, that's good news

Com toda as limitações que minhas paranóias particulares me permitem, aqui estou postando do laboratório da faculdade para dizer um "oi, ainda estou viva!".

Problemas técnicos em casa me impedem de atualizar isso aqui como eu queria, e como boa nerd eu senti falta do meu espacinho. Engraçado esse lance de sentir falta de algo apenas quando não temos mais, jurava que eu era exceção nesse caso.
Mas calma, minha gente, juro que só estou falando do blog.

E o Google ainda vai dominar o mundo.
Agora ele é dono até do Blogger, uia!